Tópicos abordados - Captação, emissão de dívidas e swaps: mudanças estruturais exigem mais da tesouraria - Análise interna das modalidades de captação e vantagens dos derivativos
Estratégia 5 Captação e emissão de dívidas
Captação, emissão de dívidas e swaps: mudanças estruturais exigem mais da tesouraria
A queda do juro básico da economia e do CDI, a migração de investidores de títulos públicos para instrumentos privados e o encolhimento dos repasses do BNDES e dos bancos públicos provocaram mudanças estruturais no ambiente para captações corporativas.
O quadro trouxe maior liquidez para as debêntures e maior interesse nesses instrumentos por parte dos fundos adquirentes. No entanto, diferentemente dos empréstimos tomados junto a bancos, essas emissões exigem procedimentos adicionais de prestação de contas e conhecimento mais aprofundado dos instrumentos e das condições atuais dos mercados, além da possível necessidade de entrar em operações de swap juntamente com a emissão desses papéis.
Em uma decisão que impactará as despesas financeiras da organização durante anos, os profissionais de tesouraria precisam de mais informações para entender e escolher a estrutura de financiamento que proporcionará o menor custo de captação no curto, médio ou longo prazo.
Análise interna das modalidades de captação e vantagens dos derivativos
Apesar de contar com o apoio dos bancos de relacionamento para estruturar operações que atendam às necessidades específicas de caixa da empresa, o tesoureiro precisa optar entre algumas estruturas, comparar taxas de captação com referências distintas, projetar o comportamento dessas taxas no futuro e apresentar essas informações à direção da empresa em linguagem mais compreensível. Para fundamentar esse raciocínio, o profissional de tesouraria também deve realizar um acompanhamento praticamente diário dos fatores que definem as condições de mercado.
Para chegar à melhor decisão e pagar o menor spread, o tesoureiro pode fazer simulações com taxas praticadas no mercado antes de realizar a emissão e acessar bases de dados abrangentes que mostram emissões feitas por empresas do mesmo ramo de atuação ou com classificação de risco equivalente. A perspectiva do ambiente de captações elaborada pelo tesoureiro se amplia ainda mais com o acesso a dados que mostram quais bancos fazem mais operações do tipo desejado, distribuídas por setor e região, e, na outra ponta, conhecendo dados que revelam os maiores compradores desses instrumentos.
Essas mesmas práticas se aplicam à análise da possibilidade de realizar captações no exterior, empregando, além dos recursos já citados, ferramentas que convertem taxas internacionais e contemplam curvas de juros e projeções para taxas de câmbio. De posse de todas essas informações, o profissional de tesouraria aumenta seu poder de barganha junto a bancos e outros credores, aborda novos potenciais parceiros e embasa melhor os argumentos apresentados à direção da companhia.
Além das diferentes modalidades de captação, a tesouraria também precisa acompanhar de perto o funcionamento dos mercados de swap — tanto os que cobrem as oscilações cambiais das obrigações em moeda estrangeira sob a Resolução 4131 do Banco Central quanto os contratos de swaps puramente domésticos, que substituem obrigações indexadas à inflação por percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) a fim de manter a mesma base de comparação para todo o passivo da empresa.
Apesar de auxiliarem a gestão de riscos da organização, os swaps aumentam a complexidade das funções da tesouraria se não forem inseridos em um fluxo de trabalho automatizado que faça a marcação a mercado desses instrumentos. Ferramentas automatizadas permitem que a tesouraria saiba se o swap gera resultado negativo ou positivo a cada momento e facilitam a demonstração de resultados e a prestação de contas a investidores, autoridades reguladoras e firmas de auditoria.
O grande passo
Além da captação de recursos via empréstimos ou emissões de dívida, que fazem parte da rotina de uma organização, a captação via ações entrou no radar de empresas que antes não consideravam essa possibilidade, em vista da migração dos investidores brasileiros da renda fixa para a renda variável.
Mesmo para companhias não convencidas de que devem alterar sua estrutura societária tão cedo, a pressão para realização de uma operação desse tipo pode se intensificar quando concorrentes captam quantias grandes para investimentos que as tornarão mais fortes adiante. Sobretudo, a escolha do momento certo para realizar essa operação é uma das mais importantes no histórico de uma companhia.
Muito antes de apoiar o planejamento de uma abertura de capital (IPO) ou uma emissão secundária de ações (follow on), a tesouraria precisa estabelecer sistemas para acompanhar o mercado acionário — seja para monitorar os planos e preços das ações de concorrentes, para recorrer a essa alternativa caso se depare com taxas desfavoráveis no mercado de dívida ou mesmo para identificar uma boa oportunidade de venda de parte do capital da empresa.
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