Com a quantidade de dados relevantes para o mercado financeiro crescendo de forma exponencial, a estruturação de bases de dados e a transformação destes dados em informações úteis que possam ser interpretadas por sistemas impõem desafios operacionais incessantes para gestoras de recursos no mundo inteiro.
No front office, as gestoras precisam de dados referenciais para realizar análises, modelagens e simulações e de dados em tempo real para executar suas estratégias de negociação. Se antes só tinham necessidade de acesso a dados tradicionais - como preços de instrumentos, demonstrações financeiras, eventos corporativos, risco de crédito e dividendos - hoje é imperativo que incluam em suas análises e decisões os chamados dados alternativos - como, por exemplo, repercussão em redes sociais e imagens de satélite - e dados apresentados em formatos não convencionais, como os que se referem a aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG).
Além de confiáveis, robustos e organizados, os dados devem ser consistentes e rapidamente acessíveis para acelerar o fluxo de trabalho, evitar discrepâncias e garantir o bom funcionamento da gestão de risco, compliance, liquidação e outras operações de middle e back office. Adquirir dados de qualidade, organizá-los e distribuí-los de forma rápida, consistente e integrada à rotina de trabalho proporciona maior embasamento às decisões de investimento, favorece a geração de ideias e a performance das carteiras, aumenta a eficiência operacional e facilita o enquadramento em regulamentos internos e externos.
A tecnologia tem um papel central nesse processo, mas chegar à melhor alternativa de banco de dados é um desafio à parte. Cada gestora precisa encontrar a solução de dados que melhor atenda às suas necessidades e situação individual -- escolhendo entre a contratação de um serviço totalmente terceirizado, a estruturação do banco de dados por conta própria (incluindo extração, transformação, armazenamento, gestão e distribuição dos dados) ou uma solução híbrida que combine recursos internos e de terceiros.
Essa escolha contempla diversos fatores, como a infraestrutura tecnológica pré-existente, a disponibilidade de funcionários qualificados, investimento em treinamento, os custos de equipamentos e software, a gestão dos direitos de acesso a dados por diferentes grupos de usuários, a estrutura para lidar com falhas de sistema, a facilidade de acesso remoto aos dados e — não menos importante — a própria cultura da instituição.
Em uma etapa posterior, essa escolha acaba influenciando a velocidade de inserção dos dados nos processos de investimento, as formas de consumo dos dados pelas diferentes áreas da instituição, a capacidade de estabelecer relações e coerência entre os dados e sua manutenção e integridade no longo prazo.
Nos capítulos a seguir, apresentamos insights para as diferentes etapas de estruturação e consumo dos bancos de dados, que ajudarão sua gestora a incorporar a ciência de dados nos processos internos e maximizar o aproveitamento desse recurso de valor inestimável.