Entenda melhor o que é um business plan, como incluir os custos do negócio e como abordar o controle de despesas.
Antes de qualquer coisa, um plano de negócios (ou “business plan”) deve apresentar todos os itens necessários para atingir os objetivos definidos para a plena operação da empresa, e oferecer uma avaliação realista do mercado, dos investimentos necessários ao longo do tempo e os prazos para que isso aconteça. Embora não seja necessariamente um roteiro para o sucesso, um plano de negócios pode reduzir o risco e o custo potencial de um fracasso.
O plano também é necessário para que os órgãos reguladores e os investidores compreendam melhor o objetivo da gestora e o que ela projeta para o futuro. Um bom plano de negócios, feito muitas vezes com a ajuda de especialistas neste tipo de documento, pode ser uma arma importante na obtenção das licenças necessárias para iniciar a operação do fundo.
Definições iniciais
O próximo passo é uma avaliação estratégica de como será a operação. Isso será determinante para o futuro do empreendimento. Qual é a natureza da gestora? É uma “spin-off” com uma equipe e um histórico já existentes? Existe um histórico dos sócios? Se não, como pode ser desenvolvido? Existe uma semente? Onde os potenciais investidores estão baseados (isto está relacionado com estrutura de fundos, documentação, custos e ambiente regulatório)? Qual será o custo para levantar esse investimento?
Muitas vezes, a não observância desta avaliação clara e honesta pode levar a equívocos que, em algum momento, cobrarão seu preço. Por isso, é aconselhável a ajuda de profissionais que já conhecem esta engrenagem, como consultores ou advogados especializados.
Custos do negócio
Há diversos custos envolvidos na atividade de gestão de recursos, como os custos legais associados à sua criação, gastos básicos para a abertura da empresa, que são normais em qualquer negócio (cartórios, taxas, etc.), além das taxas dos prestadores de serviços dos fundos de investimento, como do administrador fiduciário, por exemplo. Importante sinalizar que não há nenhum requisito de capital mínimo para investimento para a constituição e funcionamento de uma gestora.
Após estabelecidos os custos envolvidos, é preciso sinalizar qual o lucro estimado pretendido pela gestora. Também é indispensável definir o quanto desse valor será revertido para a própria gestora e o quanto será destinado aos sócios da empresa como ganhos operacionais.
Ao definir estes pontos, fica determinada a infraestrutura monetária da gestora, o que sinaliza ao mercado e aos órgãos reguladores a viabilidade do negócio e um bom grau de segurança para manter as operações de gestão de recursos.
Controle de despesas
Definida a infraestrutura monetária, o próximo passo é determinar a base de custos da gestora, o que inclui todos os gastos envolvidos na operação, o que vai impactar diretamente no resultado (lucro ou prejuízo).
Uma estratégia muito utilizada pelas gestoras de sucesso é a utilização de serviços terceirizados. Quanto mais pessoas empregadas diretamente, maior o custo direto e indireto (espaço de escritório, suprimentos, gerenciamento, custos trabalhistas, etc.). O uso de recursos externos reduz ou diminui gastos, como contratação de capital humano, necessidade de licenças de software, compra de equipamentos e outras despesas que são repassadas ao fornecedor. Serviços de contabilidade, RH, assessoria jurídica, TI e outros que dependam de insumos não ligados diretamente ao “core business” da gestora podem ser fornecidos por terceiros.
Contratar um COO (Chief Operating Officer) experiente também é muito útil para manter uma boa gestão e as contas sob controle. Além de garantir o equilíbrio entre faturamento e gastos, esse profissional poderá questionar ao longo do tempo suposições, estratégias e objetivos financeiros que a princípio faziam sentido, mas se mostraram equivocados em parte ou no todo, o que pode ser essencial para a sustentabilidade da empresa.
Um COO experiente economizará tempo e dinheiro, terá as conexões necessárias para o bom funcionamento da companhia e cuidará para que não haja deslizes na operação. Assim, os sócios poderão concentrar esforços nas atividades mais estratégicas da gestão de fundos.