Entenda por que a tecnologia é um elemento fundamental no funcionamento das gestoras de recursos.
Para transacionar terabytes de dados diariamente com eficiência e segurança é preciso um bom investimento em tecnologia. Além de computadores e servidores potentes, as gestoras de recursos precisam de soluções tecnológicas adequadas e dados de mercado confiáveis, que fazem a diferença no que se refere a rapidez e transparência da operação.
Para que a tecnologia seja uma ferramenta aliada aos processos e à estratégia de operação de uma gestora de recursos, o mercado oferece diversas soluções, que incluem quatro pilares principais: Transações Eletrônicas, Gerenciamento de Ordens, Compliance e Dados.
Transações eletrônicas
Atualmente, a tecnologia é um elemento fundamental no funcionamento do mercado financeiro. Por isso, a execução de negociações de forma eletrônica se tornou parte vital no fluxo de trabalho das gestoras de recursos, apesar de algumas delas seguirem utilizando métodos analógicos ou manuais.
Após a adoção de um sistema eletrônico, a negociação gera mais transparência, evita erros operacionais, garante melhor execução, permite um fácil enquadramento nas regras de compliance e colabora para a execução otimizada de diversas classes de ativos.
O trader e, consequentemente, a gestora como um todo, são os maiores beneficiados pelas ferramentas de transações eletrônicas, pois elas lhe permitem utilizar análises pré-negociação para tomar decisões mais rápidas e inteligentes a partir de qualquer sistema de gestão de ordens, e analisar a performance da execução em tempo real. Com elas, o profissional pode preparar, monitorar, negociar e alocar transações nos terminais de negociação.
Gerenciamento de ordens
Os sistemas de gestão de ordem e execução, também conhecidos como OMS (Order Management System), possibilitam criar fluxos de trabalho mais eficientes, diminuir o custo total de operação e cumprir obrigações de compliance regulatórias cada vez mais rigorosas. Eles também permitem a movimentação entre ferramentas de gestão de carteiras, negociação de ativos dentro e fora do Brasil e o acompanhamento do desempenho dessas negociações em tempo real.
Além disso, a integração de OMS com sistemas de gestão de risco para criar uma única plataforma de processamento pode simplificar a comunicação e o fluxo de trabalho, colocando no mesmo sistema de negociação integrado traders, gestores de risco e compliance, além do portfólio manager e de todos os tomadores de decisão.
Esses sistemas incluem análises do ciclo de investimento, incluindo renda variável, renda fixa, câmbio, operações de ações listadas em bolsa, contratos futuros e derivativos de balcão.
Compliance
As gestoras de recursos estão inseridas em um ambiente regulatório complexo e dinâmico, que exige transparência e gestão estratégica de recursos de investidores, por isso precisam de ferramentas que promovam integração e atualização constante de regras de compliance.
Elas são um diferencial competitivo para as assets, se não uma exigência para sua sobrevivência no mercado. Elas também garantem que toda a operação está dentro dos padrões e da legislação, além de oferecer vantagem competitiva às gestoras, pois a integração dos sistemas de compliance a fluxos de trabalho demonstra solidez nas operações, tornando-as mais atrativas para investidores internacionais, por exemplo.
Há diversas soluções oferecidas no mercado com esse objetivo. São preferíveis aquelas que abordam o onboarding de clientes, diligência, compliance de pré e pós-negociação e execução eletrônica, tudo integrado no mesmo fluxo, para que o controle das operações siga o compliance regulatório em todas as áreas dos negócios.
Dados e informações
Um dos elementos importantes na operação de uma gestora é a informação, por meio de notícias em primeira mão e a qualidade dos dados financeiros do mercado e sua consistência. Em mercados voláteis, o acesso a notícias de forma mais rápida e aprofundada é essencial para obter vantagem competitiva no segmento de fundos de investimento. Por isso, gestoras de todos os portes contam com terminais de informação capazes de coletar, validar e normalizar informações de várias fontes.
Ferramentas inteligentes de feed de dados conseguem identificar as informações relevantes para uma determinada operação de uma gestora, organizando e ranqueando para os usuários notícias, análises de mercado, indicadores macroeconômicos, além de conjuntos de dados consistentes.
Além disso, é preciso ter os dados certos de maneira rápida, confiável e consistente para coordenar e executar suas estratégias de negócios com eficácia. Isso garante que todos os sistemas e todas as funções da gestora estejam utilizando os mesmos dados, provenientes da mesma fonte, o que permite um melhor suporte às ações do front, middle e back office, alimentando também sistemas de contabilidade, gestão de carteiras, gerenciamento de ordens e compliance.
O uso de dados financeiros e informações de ativos fornecem à gestora um conhecimento completo do mercado, permitindo que as operações sejam seguras e a busca por atingir as metas, facilitada. A utilização de uma plataforma que forneça estes dados e informações em todas as etapas do processo em tempo real e com as fontes mais confiáveis em todo o mundo é um grande diferencial competitivo para gestoras de fundos de qualquer porte.
Fluxo de trabalho integrado
Para estar à frente de um mercado tão competitivo quanto o de capitais, as gestoras precisam estabelecer padrões operacionais eficientes e inovadores não só na tomada de decisão, mas também nos comitês de investimentos citados anteriormente, assim como na sua execução em um fluxo de trabalho integrado. Esse modelo garante que toda a operação seja executada de forma ordenada, segura e rápida, seja para atingir suas metas, reduzir custos de carteira, administrar riscos, estar dentro das regras de compliance ou otimizar execuções. Há no mercado plataformas que fornecem soluções e serviços de tecnologia e informação que impulsionam as operações em todo o fluxo de trabalho de negociação de instrumentos financeiros.
Em um caso prático, o analista utiliza todos os dados e informações de mercado disponíveis para fazer recomendações ao portfólio manager e tomadores de decisão. O portfólio manager, por sua vez, direciona a decisão ao trader, que realiza a execução da ordem, preferencialmente de maneira eletrônica. Por fim, a área de Risco e Compliance fica responsável pela execução das regras definidas e pelo controle correto dos recursos geridos pela asset, e tudo é organizado dentro de um sistema OMS e alimentado por um feed de dados em tempo real.
Esse é o modelo de negócios ideal para uma gestora tornar seus processos mais eficientes. Contudo, é possível encontrar no mercado players que realizam partes dos processos descritos acima de maneira analógica, adicionando-as posteriormente no fluxo de trabalho. Mesmo que essas atividades sejam realizadas de forma não eletrônica (até em softwares como o Excel) e incluídas no sistema após sua finalização, essa ação coloca em risco as operações da gestora, uma vez que ficam sujeitas a erros operacionais e um sistema de compliance mais difícil de ser gerenciado em tempo real.