As mesas de operações viram um tumulto sem precedentes em 2020, quando a COVID-19 colocou traders em Nova York, Londres e em outros centros financeiros em home office em meados de março.
Além disto, também houve grandes picos de volume e volatilidade nas negociações, à medida que os investidores avaliavam o impacto econômico do vírus e a resposta das políticas monetária e fiscal.
Para as mesas institucionais de vendas e operações, o trabalho remoto apresenta muitos desafios. A colaboração e o compartilhamento de informações são impactados negativamente, pois a disseminação dos dados é lenta ou inexistente. O atendimento ao cliente pode se deteriorar devido a uma comunicação menos eficaz e oportuna, o que pode resultar na perda de negócios e até mesmo em danos de longo prazo no relacionamento com o cliente.
As ferramentas de automação podem ajudar os traders do sell-side a "fazer a ponte" para sanar as lacunas de comunicação que se formam neste momento em que a interação direta com colegas de trabalho no “pregão”, representado pelas mesas de operações, está sendo substituída pelo trabalho em home office.
Corretoras do sell-side líderes em automações estão melhor preparadas para mercados de alto volume e alta volatilidade, não necessariamente por causa da automação em si, mas porque libera o trader de tarefas "braçais", tornando possível que o sales trader ofereça serviços mais personalizados aos clientes nos momentos em que mais precisam
Com o passar do tempo, as empresas do sell-side continuarão investindo em automação, aumentando a porcentagem do fluxo de ordens sendo automatizado e expandindo para classes de ativos mais específicas, tais como títulos municipais ou contratos de recompra (repos). A motivação principal é o crescimento de receita em vez da redução de custos.
De acordo com uma pesquisa da Celent, 73% dos participantes do mercado de capitais esperam que o aumento de receita seja o foco da mesa de operações nos próximos três anos, enquanto 27% esperam que o foco seja a redução de custos – uma guinada e tanto em relação aos últimos três anos, quando 68% dos entrevistados citaram o corte de custos como o foco.
O grupo Goldman Sachs tem investido no desenvolvimento da próxima geração de plataformas de negociação eletrônica em FICC e no mercado de ações.
Na mesma conferência, Stephen Scherr, diretor financeiro do grupo Goldman Sachs explicou a estratégia de sell-side da empresa. “Nós estávamos investindo para expandir nossa capacidade de automatizar fluxos de trabalho, servir nossos clientes eletronicamente e fornecer soluções estruturadas em formatos eficientes”, disse ele. “No nosso negócio de crédito, estamos fazendo um progresso considerável utilizando nossas plataformas sistematizadas para precificar, gerir riscos e executar negociações de forma eficiente”.