De acordo com um relatório do Aite Group, de março de 2020, a automação de negociações ocupa o primeiro lugar entre os nove serviços ou funcionalidades mais solicitados por usuários de sistemas de gestão de execução de renda fixa, à frente do acesso a pontos de liquidez e visualização de dados.
As empresas perceberam isto: a automação de negociação foi uma das 3 principais iniciativas estratégicas para 6 de 11 fornecedores de sistemas de gestão de execução (EMS, na sigla em inglês) de renda fixa, entre os entrevistados de dezembro de 2019 e março de 2020. Dentre as nove iniciativas estratégicas, a automação ficou em terceiro – atrás da melhoria de fluxo de trabalho e na de liquidez e conectividade.
A automação de fluxo de trabalho permite tomar decisões mais rapidamente e com maior eficiência na mesa de operações. Ferramentas eletrônicas mais modernas podem facilitar o trading e fornecer análises sofisticadas de roteamento de ordens e fontes de liquidez aos usuários. Aproximadamente quatro de cada cinco participantes do mercado de capitais, ou 82%, afirmam que a tecnologia é um diferencial competitivo na mesa de operações, de acordo com um relatório recente da Celent.
A automação é uma aplicação tecnológica ligada à programação de máquinas para que sejam capazes de agir por conta própria, sem intervenção humana. Atualmente, a automação se baseia principalmente em regras, mas existe uma tecnologia emergente e potencialmente disruptiva em inteligência artificial (IA) que visa tornar as máquinas ou softwares capazes de imitar, e eventualmente substituir, o comportamento e inteligência humanos.
Enquanto a automação é um fenômeno do presente, a IA mira o futuro, especialmente em setores menos automatizados do mercado de renda fixa e mercado de balcão (OTC). Ainda de acordo com a Celent, 10% e 17% dos participantes do mercado de capitais disseram que a inteligência artificial e o aprendizado de máquina, respectivamente, são fundamentais hoje, ao passo que 21% e 59% deles têm expectativas de que estas tecnologias se tornem determinantes em três anos.
O setor de serviços financeiros ocupa o 5° lugar no desenvolvimento de aplicações de IA, de acordo com a Datafloq – atrás apenas dos setores de saúde, educação, marketing e varejo e comércio eletrônico. A Amazon, empresa que melhor representa a última categoria, é vista como o padrão-ouro que os bancos que operam no sell-side procuram copiar nos seus esforços de automação.
A IA da Amazon descobre os produtos que um cliente comprou, ou por cujas páginas navegou recentemente, e ajuda a melhorar a próxima experiência de usuário dele. Da mesma forma, os bancos do sell-side estão procurando digitalizar, estruturar e normalizar os dados do cliente, de forma que possam utilizá-los para desenvolver modelos preditivos em torno do comportamento do usuário – tudo para ajudar a aprimorar a próxima transação comercial do cliente.
Espera-se que a IA seja a tecnologia mais disruptiva para as mesas de operações nos próximos 3 a 5 anos. De acordo com um relatório de outubro de 2019 da Greenwich Associates, 61% dos profissionais dos mercados de capitais disseram que já usam IA ou planejam usá-la dentro de 12 a 24 meses.