Uma maneira do sell-side se diferenciar em termos de automação é por meio dos algoritmos de negociação, que utilizam dados de mercado para executar a função primordial de determinar o preço certo da negociação.
Muitos algoritmos de negociação utilizados atualmente são aqueles disponíveis no mercado, que têm a vantagem de estarem “prontos para uso”, mas a desvantagem de serem padronizados, em maior ou em menor grau. Neste caso, há oportunidade para os brokers "subirem a barra" e criarem algoritmos únicos e personalizados.
Houve um tempo em que ter um conjunto de algoritmos comerciais plug-and-play costumava ser o padrão de serviços para os bancos do sell-side; agora, as empresas do buy-side esperam que seus brokers personalizem os programas para atender exclusivamente às suas estratégias comerciais. Isto pode ser difícil em vários níveis, mas deixar para atender as demandas dos clientes mais tarde significa entregar negócios “de bandeja” para a concorrência, disposta a fazer um esforço a mais para providenciar a automação e satisfazer o cliente.
A automação via algoritmos é especialmente importante na medida em que os participantes do mercado ampliam o porte das transações realizadas. No passado, ao menos no caso da renda fixa, os algoritmos se limitavam aos lotes fracionários e a outras pequenas operações. No entanto,vêm ganhando terreno como forma de executar transações maiores. Ainda há muito trabalho a ser feito nesta área, mas os algoritmos vêm mostrando avanço consistente na escala de operações que podem realizar.
O valor em dólares, por si só, já aumenta o risco relacionado a negócios de maior vulto para qualquer instituição, e isto torna ainda mais imprescindível que a mesa de operações do sell-side “acerte na mosca”. No caso das ordens maiores, as contrapartes “um para um” são escassas. Em vez disto, tais transações normalmente precisam ser "operadas" por meio de diversos canais de liquidez, abrangendo meios eletrônicos e por voz.
O nível de automação no sell-side varia por classe de ativos, de forma que os mercados mais padronizados e de maior liquidez são os mais automatizados também. A negociação de títulos do Tesouro dos EUA "on the run" e de ações de empresas de grande porte (grande capitalização) é altamente automatizada; a de títulos de grau de investimento e de ações de empresas de médio porte (capitalização média) é relativamente automatizada, e a de classes de ativos de nicho, como títulos de alto rendimento e títulos municipais, é apenas esporadicamente automatizada. No caso dos títulos privados, de longe o mercado com as mais significativas disrupções contínuas dos processos manuais rumo aos automatizados, há certa dificuldade de fazer uma graduação por tamanho de transação, de acordo com a Greenwich Associates.
Em uma pesquisa realizada em 2019,
comparado com 30% que consideraram difícil executar negociações na faixa de US$ 1 a US$ 5 milhões. Apenas 15% das gestoras disseram o mesmo sobre negociações abaixo de US$ 1 milhão.
Uma vez que as transações de menor porte implicam menor risco, as automações tiveram início e se proliferaram neste grupo de transações. Há um nível "natural" no qual as automações diminuem nos mercados de balcão, porque a falta de liquidez e de transparência de preços traz mais riscos. Além disto, há uma percepção de que a automação ainda não consegue dar conta deste fluxo de trabalho – possivelmente devido a uma combinação entre limitações tecnológicas, restrições de dados e viés humano sobre o que é automação e sobre o que este modelo consegue ou não fazer.