As automações vêm sendo potencializadas por aplicativos de tecnologia em nuvem e de dados, além da IA.
O aproveitamento de dados estabelece um loop de feedback, por exemplo, quando há uma resposta automática para uma solicitação de cotação (RFQ), ou quando se executa uma negociação sem intervenção humana. Cada vez que uma tarefa automatizada é realizada, mais dados são obtidos, tornando a máquina ainda mais inteligente para as próximas vezes e configurando aquela etapa do processo para maior automação.
O acesso aos dados em nuvem pode servir como um capacitador da adoção desta tecnologia à medida que as empresas experimentam novas formas de automação. Os ambientes com base em nuvem facilitam o desenvolvimento rápido de protótipos de aplicativos de front office que tiram proveito dos recursos de aprendizado de máquina e IA disponibilizados pelos três principais provedores de nuvem pública. A escolha da Bloomberg de criar opções nativas na nuvem para acesso a dados de mercado e outros grandes conjuntos de dados de referência e regulatórios é reflexo de uma mudança mais ampla na adoção da nuvem pelos mercados de capitais.
A disponibilidade e o acesso a dados amplos e confiáveis são fundamentais para as mesas de operações do sell-side e se tornarão cada vez mais críticos. Os fornecedores comerciais elevaram o nível da qualidade dos dados, e, cada vez mais, os dados proprietários são vistos como recurso valioso. As empresas estão se tornando mais adeptas da gigantesca quantidade de informações geradas em consultas e interações com as contrapartes, o que lhes permite capturar e alavancar um processo de automação mais profundo.
O conjunto de habilidades ideal para um trader do sell-side evoluiu e passou a ser muito mais quantitativo, sendo a experiência/formação em análise de dados e programação altamente cobiçada. Para uma corretora do sell-side, este mindset se estende ao patamar organizacional e é um indicador de sua prontidão para automatizar a formação da gerência sênior. Historicamente, o alto escalão de Wall Street sempre foi composto, principalmente, por executivos que ganharam destaque pelo trabalho desempenhado na área comercial, e não na de tecnologia. Mas, isto está mudando à medida que as gestoras [de investimento] precisam entender e aplicar melhor a tecnologia que tem se disseminado pelas empresas, e ter mais líderes com uma formação em tecnologia e dados no topo pode ser uma vantagem competitiva.